Não somos apenas o que pregamos para o outro.
Somos também o que não dizemos,
a palavra que falta no vocabulário,
somos também aquilo que fazemos fora do olhar de outrem,
Somos também as atitudes que ninguém nunca viu,
somos também o choro que só o travesseiro enxuga,
somos também a palavra que não sai no meio de uma discussão,
somos também o que lutamos para esconder,
Somos o nó na garganta,
o grito abafado no peito,
o verso nunca transcrito no papel,
o pedido de perdão,
os nãos e os sins que só dizemos olhando pro espelho.
Somos a marcha ré dada na contra mão,
somos o inverso que ninguém repara,
o buraco numa costura impecável,
somos o que poucos veem a olho nu.
Somos o que somos dentro do nosso pijama,
quando despimos nossa armadura de forte pra contemplar o
sono,
ou a insônia.
Somos a face amanhecida na quentura do leito,
somos apenas um corpo buscando certezas para encarar a
rotina e,
com maestria,
revestimos nossa pele com o que queremos realmente ser.
E nem somos, mas sempre tentamos.
26/01/2025 - (Por Ju Fuzetto – adaptado por Lia Silva)
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