Ela tinha carinho, cumplicidade, ternura.
Ela não conhecia limites para oferecer o que tinha.
Ela não minimizava o doar-se.
Mas ele não quis.
Teve medo.
Olhou para os próprios limites, e neles escondeu-se.
Decidiu deixá-la ir.
Não tentou vencer suas próprias barreiras.
Não pediu por compreensão.
Sequer demonstrou perceber que não sabia ser amado
Magoou-a propositadamente e ela partiu.
Ela partiu inteira.
Consciente que estava de suas ofertas,
De seus limites ou da falta deles.
Ela nada perdeu.
Seguiu pela estrada da vida distribuindo o que lhe sobrava
Com aqueles que queriam ser amados por ela.
E ele?
Continua encolhido na caverna da autopiedade.
Saboreando sua triste solidão.
Mastigando ressentimentos.
Desprezando o amor e imune até de si mesmo.