quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Ela sobrava e transbordava

Ela oferecia mais do que amor,

Ela tinha carinho, cumplicidade, ternura.

Ela não conhecia limites para oferecer o que tinha.

Ela não minimizava o doar-se.

Mas ele não quis.
Teve medo.

Olhou para os próprios limites, e neles escondeu-se.
Decidiu deixá-la ir.

Não tentou vencer suas próprias barreiras.

Não pediu por compreensão.

Sequer demonstrou perceber que não sabia ser amado
Magoou-a propositadamente e ela partiu.

Ela partiu inteira.
Consciente que estava de suas ofertas,

De seus limites ou da falta deles.

Ela nada perdeu.

Seguiu pela estrada da vida distribuindo o que lhe sobrava

Com aqueles que queriam ser amados por ela.

E ele?
Continua encolhido na caverna da autopiedade.

Saboreando sua triste solidão.

Mastigando ressentimentos.

Desprezando o amor e imune até de si mesmo.

2 comentários:

Tempo, tempo, tempo...