Estive pensando sobre a diferença que a maturidade fez na minha vida. Desde muito cedo comecei a mudar de endereço. Meus pais mudaram de cidade pelo menos três vezes durante minha infância, depois, ao completar 18 anos, eu mesma inicei uma vida cigana. Durante 5 anos não tive morada certa. Mudei-me para estados diferentes, estudando, estagiando, viajando, trabalhando, evangelizando, curtindo...
Hoje, três décadas depois de meu nascimento e de milhares de kilômetros rodados por este Brasil e exterior, fiz mais uma mudança. Pela primeira vez estou sentindo o peso de não ter local fixo. Não ter uma ‘terra’ pra chamar de minha. É mais do que isso, é o estranhamento com o povo, com a cultura, com os costumes....coisas que antes eu tirava de letra, passava sem perceber, agora me são pesadas, torturantes, enfadonhas.
Acostumar-me com um novo estilo de vida, nova rotina, nova casa, fazer novas amizades, enfim, começar tudo de novo, novamente...
Creio que a juventude e a aventura andam bem juntas, mas quando a maturidade começa a chegar, ela exige um pouco mais de pé no chão, de sensatez. Passar horas com uma mochila nas costas nos aeroportos ou rodoviárias já não parece mais algo tão excitante quanto antes o era.
Agora anseio pelo momento de estar em casa, deitada sossegadamente no sofá, sem se preocupar com nada ou ninguém. Quero sossego, tranquilidade, paz. Chega de aventuras impulsivas, viagens sem destinos, vida de andarilho....quero me fixar, quero pertencer a algum lugar, a um povo, adaptar-me a uma cultura sem me preocupar em ter de esquece-la para readaptar-me a outra depois...
A vida é feita de momentos, mas também é feita de raízes.....
Acredito que a vida é um eterno compartilhar. Compartilhamos amizades, amores, lágrimas, sorrisos e aquilo que somente nós sabemos existir em nós. Neste blog está um pedacinho de mim. Um pouco daquilo que acredito, sonho, sofro e desejo. Você é bem vindo a este compartilhar!
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
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