segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Fracasso e Sucesso

27 de fevereiro de 2012 – 2ª feira.

A primeira notícia que li hoje foi sobre o assassinato de Dom Robinson Cavalcanti e sua esposa Miriam, ocorrido ontem pelo próprio filho, usuário de drogas. O jovem de 29 anos chegou ao Brasil há 15 dias, veio deportado dos Estados Unidos, onde vivia desde os 16 anos, por envolvimento em crimes e drogas. É chocante ler tais notícias. Especialmente quando ocorrem entre gente da gente. Não tive a honra de conhecer Dom Robinson pessoalmente, mas li vários de seus trabalhos e estudei seus livros. Era um expoente no meio evangélico. Trabalhava no meio social, político, religioso, sempre com muita ética e responsabilidade.

Os cristãos estão chocados com a brutalidade da morte do casal e acabamos nos perguntando: por que assim? Sabemos que para o cristão a morte é lucro, mas de uma forma tão trágica?

Lembrei-me de alguns personagens bíblicos que tiveram problemas com seus filhos. Dois, em especial, saltaram à minha mente: Davi e Samuel. Um rei segundo o coração de Deus e e um profeta destemido. Ambos fracassaram como pais. Ambos viram a tragédia em seu lar por causa do mal comportamento dos filhos. Ambos viram os filhos morrerem tragicamente. Os ministros de Deus não estão imunes ao fracasso doméstico e às tragédias.

Não sei a história de Robinson Cavalcanti, sei apenas que o filho assassino era adotado, foi morar longe da família ainda adolescente e quando voltou, totalmente drogado, em meio a uma discussão, assassinou pai e mãe. Não ouso, nem de longe, julgar a família. Quem sou eu? “Menos que o verme do cocô do cavalo”, como gostava de definir o professor Ariovaldo Ramos. Não tenho pretensão alguma de fazer julgamentos sobre a vida familiar do Reverendo. O episódio apenas me fez refletir sobre o sucesso e o fracasso na família e no ministério.

Não são poucas as pessoas com as quais convivi e que ainda têm um minstério próspero, profícuo e muito bonito, mas não têm tempo para os filhos, não tem intimidade com a esposa/marido. O ministério toma todo o tempo que poderia ser dividido com a família. Parece-me que foi mais ou menos assim com Davi e Samuel. Homens de Deus que fracassaram como pais. Todos estamos sujeitos a este erro.

O ministério é lindo, as pessoas precisam de nós, temos uma necessidade de nos doar, de ajudar, de fazer mais pelo Reino. Não há nada de errado nisso, pelo contrário, é digno e necessário. Mas se o ministério toma todo nosso tempo e forças, a ponto de negligenciarmos a família, então fracassamos.

A igreja não é mais importante que os filhos que Deus nos deu. O ministério não é mais importante do que a esposa/marido que temos. Nosso primeiro ministério é em casa, com nossa família. Se assim não for, muito sofrimento, dor e angústia nos aguardará em casa. Que o digam Davi e Samuel.....

Oro para que Deus conforte o coração de todos os cristãos sinceros, que sofrem com a perda de amados, com as tragédias domiciliares e que o Espírito Santo seja nosso Bálsamo e Guia, todos os dias.

Amém.

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