quinta-feira, 12 de janeiro de 2012


Lembranças do dia D

Há 4 anos atrás eu entrava na igreja – como fazia todos os domingos pela manhã – chorando e desanimada. Em meu íntimo havia um turbilhão de emoções contraditórias. Desistindo de um relacionamento fracassado, almejando encontrar um companheiro para todas as horas e tendo que desistir de um pretendente porque ele não amava a Cristo. A princípio pode parecer uma decisão fácil de se tomar quando se ama a Jesus, mas quando se está sozinha há tanto tempo, almejando ser amada, acredite, não é uma decisão fácil. Foi com esse conflito que adentrei à igreja naquele domingo ensolarado 12 de janeiro de 2008. Por ser a igreja do Nazareno de Campinas muito grande, as pessoas costumam sentar sempre nos mesmos lugares, com seus grupos de interesse. Mas eu não queria que ninguém visse minhas lágrimas naquela manhã. Fui sentar-me do lado oposto, onde ninguém me conheceria. E foi lá que presente de Deus estava assentado. Eu o vi assim que escolhi um lugar para sentar. Ele estava assentado logo atrás de mim. Mas sem querer muita conversa naquele momento, exceto com Deus, ajoelhei-me e derramei minha alma aos pés do Pai Celeste. Disse-lhe que estava cansada, triste, sedenta para ser amada e amar. Mas que antes de amar um homem, eu O amava, e queria obededecer-lhe e por isso abriria mão daquele relacionamente antes mesmo que começasse. Mas, petulante, pedi uma prova de que Papai não havia esquecido-se de mim, que Ele tinha um bom homem para ser meu marido, e que valeria a pena eu esperar.

O culto começou, levantei-me para acompanhar os louvores. “Vire-se para o irmão ao seu lado e dê bom dia, a paz do Senhor!”, disse o ministro de louvor. Era a minha chance. Cumprimentei os que ao meu lado estavam e depois virei-me para trás, para cumprimentar aquele moço bonito, alto, moreno, careca, com óculos e cara de intelectual. Ele segurou minha mão estendida com suas duas mãos, olhou bem dentro de meus olhos e respondeu ao meu: “Deus te abençoe” com um sonoro: “A nós, a nós”. Não sei se foram as palavras, ou o olhar, mas naquele exato instante algo imprimiu-se em minha alma e eu soube que ele seria mais que um desconhecido. Ao término do culto ambos fizemos de tudo para inciar uma conversa e eu usei meu emprego como enredo e desculpa para deixar um telefone, pois ele dissera se interessar muito pelo ramo em que eu atuava. Pois bem, ao término da pequena conversa, já na calçada, apresentações feitas, contato em mãos, atravessei a rua para comprar meu almoço dominical na padaria em frente a igreja (torta de frango) e pensei: “Senhor, tu me deste o sinal que te pedi. Obrigada por teu cuidado e amor. Mesmo que esse moço nunca me ligue e eu nunca mais o veja, eu entendi seu recado: o Senhor tem alguém especial para mim, vai valer a pena eu esperar”.

Segui para casa com minha tortinha de frango e um alívio que há muito não sentia. Eu era amada por meu Papai. Eu lhe dissera que queria amá-lo mais do que amaria um homem, e Ele imiediatamente mostrou seu amor por mim. Voltei para o culto da noite e sentei-me no mesmo lugar da manhã, para tentar reencontrá-lo, mas ele não estava lá. Paciência. Deus tem o melhor para mim.

Após o culto fui para casa, o que não era muito comum nesta época, pois era o momento que a turma se reunia para lanchar em algum lugar. Não fui. Precisava de silêncio. E então, quase 22h00 chega uma mensagem no celular. Era ele. Dizia: “foi um prazer te conhecer. Você alegrou meu coração.” Nossa! Foi direto no coração! Respondi a mensagem dizendo que fora ao culto da noite e não o encontrara. Esperei por nova mensagem, mas veio o telefonema. Conversamos por algum tempo, suficiente para marcar encontro para o outro dia, plena segunda feira 13 de janeiro de 2008.

O passeio foi na Lagoa do Taquaral, onde as palavras principais, que fizeram o relacionamento acontecer foram: “Não estou aqui para ser apenas seu amigo. Procuro alguém para me ajudar a lançar os alicerces de minha vida. Você aceita vir comigo à esta construção?” Respondi, como boa e velha crente: “podemos orar a este respeito”, imaginando que passaríamos alguns dias em oração. Mas ele respondeu: “Claro” e pegando minhas mãos, segurou-as com as suas e orou ali mesmo, no meio do parque, pedindo a benção de Deus sobre nosso relacionamento. Terminada a oração, pegou meu rosto com suas duas mãos e me beijou. Simples assim.

E lá se foram 4 anos desde então. Já vivemos tantas aventuras juntos que parece ser muito mais do que 4 anos. Antagonicamente, parece que estes fatos acima narrados acabaram de acontecer. Não temos vivido apenas de sorrisos e amores. Temos passado por momentos difíceis também, mas não há nada que não seja superado quando há amor, compreensão e altruísmo. Não vivo para ser feliz com ele e nem para fazê-lo feliz. Procuro ser feliz com meu Salvador e partilhar desta felicidade com meu companheiro. Não coloco nos ombros dele – e nem ele nos meus – a responsabilidade pela felicidade. Ser feliz é uma questão de relacionamento espiritual com Deus e, portanto, individual. Mas buscamos satisfazer primeiro o outro e depois nós mesmos, deixando o egoísmo de lado. Tem dado muito certo. Nem sempre é fácil, muitas vezes pensar no outro antes de si mesmo exige muita força de vontade e disciplina. Mas nenhuma vez que abri mão de mim mesma fiquei sem ser recompensada.

Além de nosso relacionamento abençoado e alegre, Deus presentou-nos com um filho que é maravilhoso! Nossos sorrisos se multiplicam cada vez que olhamos para ele e vemos o amor de Deus por nós em nos presentear com tão grande tesouro! Somos uma família que se ama, e isso é tudo que pedimos a Deus naquele fim de tarde de 13 de janeiro de 2008!

Louvado seja Deus, por estes 4 anos de união, por nosso filho lindo e por nossa família abençoada!!! Que venham muitos outros múltiplos de quatro pela frente! Soli Deo Glori.

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