terça-feira, 21 de agosto de 2018

AMOR É ESCOLHA

É isso, paixão vem com pé na porta, vem quando a gente não espera. 

Não avisa mesmo, acontece no meio de uma balada ou na fila do mercado, paixão é sempre urgente, não espera, não liga se você quer ou não, ela simplesmente se instala em você.

 O amor não…

Ah, o amor!

 O amor a gente escolhe mesmo, a gente escolhe amar quando ouve com atenção as histórias do outro.

 A gente escolhe amar quando passa pela comida que o outro gosta no mercado e resolve levar.

 A gente escolhe amar quando troca uma balada pra fazer companhia pro outro que pegou um resfriado.

 A gente escolhe amar quando escolhe cuidar.

 A gente escolhe amar quando manda uma mensagem de bom dia e uma de boa noite.

 Quando ficar aninhado no peito do outro é tão bom quanto o sexo.

 A gente decide amar quando quer dividir as músicas preferidas, quando quer rever os filmes preferidos ao lado do outro, quando quer ver os filmes que a pessoa mais gosta.

 A gente decide amar quando leva pra conhecer os amigos, quando escancara as portas da casa e da vida pro outro entrar e bagunçar juntos.

 A gente escolhe amar quando não quer mais ter razão por pura vaidade, porque ser feliz e fazer feliz é mais importante.

 A gente escolhe amar quando não quer dormir sozinho, quando troca a cama espaçosa pelo pé no pé, quando prefere dividir o lençol e acordar olhando pro outro.

 A gente decide amar quando vai conhecer o pai, a mãe, a irmã, os tios… quando a família do outro passa a fazer parte dos seus dias.

 A gente decide amar quando abandona os flertes, quando o interesse de uma pessoa vale mais que as investidas de outras 20.

 A gente escolhe amar quando descobre defeitos e ainda assim não sai do lado, quando programa a mente pra valorizar o que o outro tem de bom.

 Escolhe amar quem não liga de pegar o trânsito do fim da tarde só pra uma janta improvisada em casa.

 Escolhe amar quem não dorme sem resolver o problema, escolhe amar quem se alegra com o sorriso do outro, quem comemora o sucesso do outro.

 Escolhe amar quem deixa pra trás algumas certezas e se abre pro novo.

 Amar é uma sucessão de decisões, ao contrário da paixão que decide pela gente.

 Amor a gente constrói aos poucos, todos os dias.

 

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Sobre completar 3.9

Estou completando 3.9 e vai ter textão sim! Hahahahaha

Aqueles que andam comigo sabem que os últimos anos de minha vida têm sido bastante desafiadores.

Houve um período de muitas lágrimas e dor, ao ter que aceitar forçadamente um divórcio que quase me destruiu. 

No entanto, ao mesmo tempo em que eu chorei muito, também cresci muito. 

Não posso deixar de registrar minhas conclusões, frutos de minha reflexão neste aniversário.

Hoje eu consigo ver o quanto a minha vida tem sido boa. 

O quanto o sofrimento me fez crescer, o quanto sou uma pessoa melhor por causa de tudo o que vivi. 

Aprendi que o sofrimento pode ser útil, caso a gente decida aprender e queira crescer com ele.

Demorei um pouco para aceitar que a situação contrária à minha vontade foi, no fim das contas, o melhor que poderia ter me acontecido.

Chego aos 39 anos sem amarguras, mas com uma sensação de realização pessoal, de uma felicidade plena e inédita para mim.

Descobri que a felicidade é só um momento passageiro.

Mas a plenitude, quando alcançada, nos preenche totalmente.

E ela não é decorrente das situações, muito menos das outras pessoas, mas de uma decisão firme e pessoal que tomamos de seguirmos a nossa vida sendo o melhor que podemos ser, independente de quem escolheu andar ou não conosco.

Só agora, à porta de entrada dos “enta” eu descubro o quanto minha companhia é agradável a mim mesma, e sinto-me plena para viver as contrariedades da vida.

Aprendo que não preciso viver infeliz porque meus planos foram frustrados.

Aprendo também que não há como viver plenamente se nosso Criador não for o centro de nossa vida. 

Descobri que relacionar-me com Ele é a única forma de encontrar esta plenitude, e que Ele não vai embora quando o ‘calo aperta’. 

É a fidelidade dele em minha vida que me trouxe até aqui e que me permite olhar a vida com outras lentes.

A gratidão que sinto não cabe em meu peito, e nem em palavras. Sentir-se plena como mulher, como mãe e como profissional não é algo simples de ser explicado. Consigo apenas sentir e ser grata.

Meu Criador e Salvador tem sido generoso comigo, e eu só consigo responder com gratidão, com plenitude de vida e alegria por cada momento que Ele tem me proporcionado!

Feliz 39 anos para mim! 

E que venham outros intensos 39 pela frente!

Soli Deo gloria

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

O Evangelho para Incapazes - ou, abraçando a própria miséria

O Cristianismo, na visão da maioria, trata-se de sermos um homem bom.

Pior do que isso: muitos cristãos caminham, pela fé, e com muito zelo, na confiança de que ser cristão é ser um homem bom.

Eu, particularmente, me vi livre de um enorme fardo quando percebi que o Cristianismo não é, primariamente, sobre ser um homem bom.

O Cristianismo é, na verdade, sobre seguir o único homem bom que já houve: o Homem Deus.

O próprio Homem Deus disse que não era bom enquanto apenas homem.

SE JESUS FOR TIDO COMO UM MESTRE DA MORAL, APENAS, ELE FRACASSA COMO SALVADOR.

No entanto, como Homem Deus, Jesus Cristo mostrou explicitamente que veio nos expor a todos e a cada um de nós por aquilo que realmente somos:
CRIATURAS DE DEUS TOTAL E ABSURDAMENTE INCAPAZES DE SERMOS QUEM O NOSSO CRIADOR PLANEJOU QUE FÔSSEMOS.

Os cristãos que buscam ser bons e não têm essa convicção farão esforços que, por mais nobres que sejam, não os tornam participantes da morte de Cristo.
O problema sutil neste ponto é o seguinte: o Apóstolo Paulo ensinou que, se não morro com Cristo, também não viverei com Ele.

E como morrerei, se não me enxergar e declarar a respeito de mim mesmo que toda esperança é nula?

Que todo meu esforço é inútil?

Que muitas das minhas boas obras são como um trapo fedorento na presença do Deus que é Santo, Perfeito, Justo e Bom, e que não aceita nada menos do que a perfeição?

É por isso que Jesus ensinou que, se não nascermos de novo, não teremos lugar à mesa, no Grande Banquete.

E como pode nascer de novo aquele que não quer morrer?

Jesus contou algumas parábolas que ilustram a diferença entre quem abraça a própria miséria e quem apenas segue a jornada em busca do que é bom.

Em uma delas, fala-se de um Rei que programou uma grande festa de casamento para seu filho.

Ao distribuir os convites, cada um dos convidados de honra deu uma desculpa e seguiu com seus próprios afazeres.

Tais afazeres são bons - comprar um terreno, fazer negócios, casar-se; não há pecado neles.

Mesmo assim, o Rei fica irado e ordena que seus servos saiam pelas ruas e convidem a todos que encontrarem pela frente - cegos, aleijados, gente pobre, sem instrução -, todos eles incapazes de atender aos requisitos de fazer parte de uma festa tão importante.

A provocação de Jesus foi direcionada, nesse caso, aos judeus, que se sentiram confortáveis por serem o povo escolhido de Deus, os possuidores da Lei.

Mas o que muitos judeus estavam deixando passar é o fato de que Jesus, o Cristo prometido, veio buscar doentes.

Jesus disse que os sãos não precisam de médico.

Ao caminharmos, como cristãos, na confiança de que o Cristianismo é o caminho da virtude antropocêntrica, negamos o Evangelho de Cristo.

Negamos o que podemos chamar de Evangelho para incapazes.

Quem dera a gente enxergar e abraçar nossa miséria tão abertamente quanto a prostituta que, diante de tantos "homens bons" não teve medo de se humilhar aos pés empoeirados de Jesus, o Homem Deus, com lágrimas e beijos de gratidão.

Quem dera Jesus pudesse falar de nós como falou dela: "a quem muito é perdoado, muito amará".

Mas se seguimos na busca falida do "ser bom", talvez pouco veremos do perdão de Deus, e pouco iremos amá-Lo de volta.
Texto de Cesar Boiatto

Tempo, tempo, tempo...