Neste dia, eu puxei-lhe as barbas em protesto à velocidade que ele imprime em minha história.
Hoje completo 45 anos, mas não sei ao certo se foi rápido ou tem sido lento.
Não há precisão quando falamos dele, porque ele é sentido e experimentado de forma única e pessoal em diferentes tempos da vida.
Ao olhar para trás, tenho percepções diferentes de quem fui e de quem sou hoje.
Em cada estação da vida havia uma Lia diferente, uma Lia tentando dar conta daquele momento.
Hoje sei que não posso ser definida.
Sou quem consigo ser em cada ocasião.
Nem sempre gosto de quem sou.
Outras vezes, apaixono-me por mim e ganho novos ares, respiro e sigo para o futuro...
Esse deus não dá conta de mim. Eu é que tenho tentado dar conta dele, usufruindo dos momentos com intensidade.
Aos poucos, fui me tornando amiga do tempo e aproveitando-me dele para ser uma pessoa melhor.
A consciência foi sendo expandida no relacionamento com o Deus mais pessoal, mais íntimo, mais presente, mais amoroso, mais aconchegante.
Penso que minha maior conquista ao longo dos anos de vida foi ganhar a expansão da consciência para viver do Deus-vivo, aquelE que desfez os nós religiosos que me amarraram a uma existência curta, rasa e cheia de culpas.
Reconheço minha identidade de filha dEle e isso me basta.
Nele, em quem não há sombra de variação, O único que era, que É e para sempre será, Naquele que criou o tempo e em quem me sustento
.
Lia Silva - 30 de julho de 2024 - 45 anos aprendendo a ser eu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário