segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O berço vazio


Montamos o berço de nosso bebê ontem. Ficou lindo. Olhar para aquele berço maravilhoso, branquinho, novinho e cheirosinho me fez querer ver meu filho ali dentro. Olhei para o berço vazio e imaginei que em breve ele receberá um bebê novinho, esperado, desejado e lindo. Em breve o berço estará preenchido com um garotão.
Mas berço vazio pode significar algo além de expectativa positiva.
Há o berço vazio porque o filho não chegou, por algum motivo.
Há berço vazio porque o filho já cresceu e não cabe mais nele.
Simbolicamente, nosso berço ficará vazio quando nosso filho, já adulto, for embora de casa.
Fiquei pensando sobre este simbolismo do berço vazio.
Hoje estamos em dois, meu esposo e eu, olhando para o berço vazio na expectativa de vê-lo preenchido por nosso filho em alguns dias. Em alguns anos seremos nós dois novamente, olhando para o berço vazio, com muitas recordações de uma vida toda, de uma história que escreveremos com nosso guri dia a dia.
Nem sempre é fácil para os pais olharem para o berço que fica vazio depois que os filhos vão embora de casa. No momento nos preparamos para receber nosso primeiro filho e olhar para o berço vazio me fez lembrar que precisamos estar preparados para um dia nos despedirmos do adulto que ele será. Os filhos são criados para o mundo. Não é possível criá-los e mantê-los em nosso berço para sempre.
A sensação atual de olhar para um berço vazio é positiva, cheia de promessas e expectativas futuras. Um dia, olhar para o berço vazio nos remeterá ao passado, ao tudo que vivemos e produzimos com nosso filho. O objeto é o mesmo, mas o significado depende do momento de vida. De qualquer forma, o berço está vazio por poucos dias. Bem vindo filho, para ocupar o berço e preencher nossas vidas com alegria e amor!

Um comentário:

  1. Parabéns!! Bela crônica! Desejo que possamos colocar em prática toda essa reflexão, mas, no fundo, no fundo... eu sei que não conseguiremos. Ser responsável por alguém nos faz amar quem nos cativa e cativamos todos os dias. Como disse Antoine de Saint Exuperry (perdoe a grafia) "Você é responsável por aquilo que cativa". E o cativo? Também não é responsável por quem o cativou?
    Como futuro pai, desejo que o nosso pequeno cativo não nos deixe em um asilo, assim que não formos mais "convenientes" para a vida em sociedade, num mundo onde as pessoas desvalorizam a experiência e os possíveis aprendizados que uma pessoa pode oferecer, prendend-se na ilusão da "juventude eterna".

    Pensando bem, eu creio que nosso pequenino irá respeitar-nos como seus genitores e não nos abandonará. Isso se o admoestarmos na Palavra da Verdade: "Honra teu pai e tua mão para que se prolonguem os teus dias na Terra".

    Carlos Eduardo

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