terça-feira, 24 de agosto de 2010

Amadurecimento


Amadurecer não é tarefa fácil. Pelo menos para mim não foi. Não está sendo.
Durante muitos anos eu só conseguia ver em mim a garotinha assustada e medrosa que aos 19 anos usava um casamento para fugir de casa. Foi uma década de terapia, aprendizado, lágrimas e muita frustração para enfim começar a vislumbrar a mulher adulta em que me transformava. Hoje, aos 31 anos e prestes a ver o rosto de meu primeiro filho, é que posso diferenciar a menina da mulher.
Ainda há muito a aprender. Há muito para amadurecer. Mas definitivamente não sou mais aquela menina. Muito desta visão adulta e feminina que tenho de mim hoje devo ao meu esposo. Desde o primeiro dia ele me viu como eu poderia ser e não como eu achava que era. Ele me ensinou que sou linda, sou mulher, sou independente, sou suficiente, sou amável, no sentido de ser digna de ser amada. Sim, pois até então eu não conseguia perceber que era digna de ser amada. Por isso me envolvia em relacionamentos impossíveis. Era como que para confirmar minha incapacidade de ser amada. Eu queria amar, mas não me permitia ser amada.
Aos poucos, meu marido me mostrou como eu era amada por ele, e isso me fez querer ser ainda melhor para ele e também amá-lo mais. Descobri a mulher que eu era porque ele me amou como eu era. Sem exigir nada.
Deus também nos ama assim. Incondicionalmente. O problema é que não percebemos ou não acreditamos neste amor. Hoje posso ver que o amor de meu marido é apenas uma faceta do amor que Deus tem por mim. Posso me permitir ser amada por Deus através de meu marido. Quando ele faz algo para me agradar e surpreender, recebo como sendo mais um presente de Deus. Quando quero demonstrar meu amor por ele, penso em como Deus poderia fazer isso, e dentro de minhas limitações, faço meu melhor para amá-lo, pois amando-o, estou amando a Deus.
A vida é mais leve assim. Não há cobranças, não há ciúme, não há competição entre nós. Meu marido conhece meus defeitos e não me julga ou despreza por eles. Sabe que estamos caminhando juntos para a perfeição que está em Cristo. E juntos iremos chegar lá. Nem mesmo precisamos competir para um chegar antes do outro. Não. Nos casamos para andarmos juntos e juntos iremos chegar aos braços do Pai, a fonte e o doador de todo amor.
Nessa caminhada de 31 anos percebo as tantas mudanças que sofri em meu corpo e em minhas emoções. Ser mãe está sendo a coroação destas mudanças. Deixar de ser menina e me tornar uma mulher foi marcante para mim. Agora estou em nova transformação. A mulher se aprimora tornando-se mãe. Para mim, isso também significa encontrar aquilo que preenche o vazio que havia lá no fundo e eu não sabia o que era. Aquele buraco que a realização profissional não preencheu. A mulher foi feita para a maternidade, e só se realiza completamente quando ela acontece. Agora eu sei disso. Graças ao meu querido esposo, que transformou a menina em mulher-mãe. Graças a Deus que não desistiu de mim em momento algum. Graças ao Amor, que nos une como família.

Um comentário:

  1. Não a nós querida, não a nós. É Deus quem nos confere a possibilidade de viver, e viver uma vida plena aos olhos Dele (sem fartura material, mas com muita esperança), pois melhor um bocado de pão e união do que fartura de bens e de contendas.

    Bjão do seu esposo
    Carlos Edaurdo

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O Vazio