Quando eu estava no terceiro ano do curso de Teologia tive
uma professora que marcou imensamente minha vida. Como tantas outras pessoas,
eu também vivia em um círculo vicioso de críticas e maledicências. A professora
Adriana foi a primeira pessoa que conheci que havia feito uma escolha de olhar
apenas o lado positivo das pessoas e das circunstâncias. Alguns de meus colegas
a achavam tola, mas eu sempre a admirei demais. Eu via muitos defeitos em meus
colegas e sempre comentava sobre eles. Ela não fazia isso, ao contrário, ela
fixava seus olhos nas qualidades de todos nós e sempre falava sobre elas. O que
interessava à minha professora era o que tínhamos de melhor, eram nossos pontos
fortes, nossos predicados. Aos olhos dela, nossos defeitos eram meros detalhes
insignificantes, que não atrapalhavam em nada o relacionamento que tinha conosco.
Em conversas privadas que tivemos, eu mencionava alguns de meus
defeitos, mas para cada um deles, ela tinha uma qualidade para ressaltar. As palavras
dela eram sempre de afirmação, de motivação, de elogios. Certa feita, ao devolver-nos
um trabalho, ela comentou com um colega – que, por sinal, não gostava nada de
estudar - sobre o trabalho dele: “Fulano, seu resumo ficou fantástico! Você escreveu
muito bem, seu texto está muito bem elaborado. Você não falou nada sobre o tema
que eu havia pedido, mas o que você fez, fez muito bem!”
Fiquei estarrecida. No lugar dela, eu teria enfatizado o
erro dele, por ter fugido do tema e não ter feito o que foi pedido. Mas, como
sempre fazia, ela focou no lado positivo. As lições que ela deixou gravadas em
minha alma são eternas. Ela era uma pessoa simples, muito inteligente, muito
bem relacionada e muito, muito feliz. Até hoje penso nela como um modelo a
seguir.
Acho que se todos nós conseguimos agir como minha
professora, o mundo seria, sem sombra de dúvidas, um lugar melhor para se
viver.
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