quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Poesia Materializada

A poesia materializou-se no deslize tranquilo e suave do patinho descendo a lagoa;

na vitória régia que floresceu exuberante,

no pássaro multicolorido que voou tranquilo com o ramo no bico;

na profusão de flores coloridas,
com texturas, tamanhos e suavidades diferentes;

na diversidade da natureza, tão frágil e poderosa.

A contemplação desta manhã festiva mostrou-me
o mais belo poema que jamais alguém escreverá,
pois ele foi desenhado pelo Criador.

Lurdes é seu nome

Meu coração está em mil pedaços agora...acabo de dar um prato de comida a uma senhora de 74 anos, diabética, com incontinência urinária. 

Ela precisa usar fraldas o tempo todo.

- É como se uma torneirinha estivesse aberta e sempre pingando, não é porque eu quero.

Ela choromingou.

- As pessoas me chamam de velha fedida. Mas eu não posso operar por causa da diabetes.

Além disso, ela tem catarata e está quase cega, não tem um dente único dente, anda com ajuda de bengala, com roupas imundas e rasgadas. 

Não tem casa, mora de favor com uma "amiga" que bate no marido. 

Tem apenas uma filha que mora no MT e ficou viúva com um monte de filhos para cuidar. 

A filha não tem como vir para cuidar dela e nem ela tem como ir ficar com a filha. 


Que vida miserável!!!!


Quando ela terminou de comer, devolveu-me o prato e disse:


- Que Deus nosso Senhor te abençoe, a você e a sua prole, que Ele transborde os teus celeiros e te dê paz.


Será mesmo que eu a abençoei tanto quanto ela me abençoou?

Lurdes é seu nome, a senhora diabética que me abençoou hoje.....


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Méritos do Amor


Entendo que a frase “você merece ser amado (a)” é uma das mais equivocadas que conheço. 

O amor não deveria ser entregue ao outro por merecimento. 

Quando damos aos outros aquilo que eles merecem, estamos apenas retribuindo, sendo gratos e usando de justiça. 

O amor deveria alcançar a todos, independentemente de méritos. 

Aqueles que menos merecem o amor são os que mais precisam dele. 

Nenhum de nós merece ser amado. Somos todos egoístas, orgulhosos, mal agradecidos. 

Se olharmos com profundidade e sinceridade para nós mesmos, iremos perceber que não somos dignos de ser amados. 

Mesmo assim, alguém nos ama. 

Por mérito?

Não, por pura compaixão, por ser o amor verdadeiro, aquele que não exige e não cobra perfeição.

Vivemos tentando ser bonzinhos, tentamos agradar aos outros para que nos sintamos amados. 

Fazemos isso porque temos enraizado dentro de nós o conceito equivocado de que precisamos merecer o amor. 

Se todos conseguíssemos entender que amar é nosso dever, independente do que recebemos em troca, certamente teríamos uma sociedade mais justa, mais igualitária, menos egoísta e individualista.

Ainda temos muito que aprender sobre o amor....

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Infinita Graça


Quando deixamos de ler a Bíblia, de orar e buscar a Deus, nossa alma seca. 

Ela sente falta do carinho do Pai e reclama sua presença. 

Se não lhe damos ouvidos e permanecemos distantes, ela começa a acostumar-se com a separação e os valores que antes a guiavam deixam de ter sentido.

O ato pecaminoso se torna corriqueiro, começamos a contemporizar aquilo que abominávamos e o pecado deixa de machucar nossa alma.

Mas quando a sede da alma se torna insuportável, sabemos perfeitamente a quem temos de buscar. 

Ao voltarmos à comunhão com o Pai, o pecado volta a nos ferir e nosso maior desejo, novamente, é agradar o Pai. Então deixamos de lado o pecado com o único objetivo de glorificar a Deus.

A motivação para buscar a Deus não deve ser a busca de bênçãos, mas o perdão dos pecados; não deve ser a aquisição de bens, mas a doação do melhor de si a um Deus perfeito, que não tolera o pecado, mas ama o pecador acima de tudo. 

Fomos criados para servir a Deus e não para sermos servidos por Ele. O propósito principal do cristão renascido e que é habitado pelo Espírito Santo é abençoar os outros e não ser abençoado, é perdoar o próximo e amá-lo como a si mesmo.

Sabemos que cometemos pecado contra o Pai quando sentimos aquela dor profunda, aquele arrependimento que nos faz sentir envergonhados e indignos do amor do Pai. 

Então, ao confessarmos nosso pecado, somos perdoados e a gratidão transborda dentro de nós. Receber o perdão e a aceitação do Pai é o combustível para a gratidão do coração de um cristão que é habitado pelo Espírito Santo.

Ao reconhecer um pecado pessoal dias desses, lembrei-me imediatamente de um hino antigo, que meu pai gostava de ouvir, cantado por Feliciano Amaral. 

Meu pai pedia-me para cantá-lo na igreja  quando ele ia pregar sobre arrependimento (coitados daqueles que me ouviam!).

Depois de muitos anos, voltei a cantar o hino em forma de oração e confissão do pecado. 

É uma letra profunda, cheia de significado, bem diferente do que cantamos atualmente nas igrejas.

TUA INFINITA GRAÇA – Gerson Cardozo

Conforme a Tua infinita Graça
Ó Pai perdoa a minha transgressão
Faz-me sentir mais uma vez a Graça
E dá-me a Tua paz no coração
Mais uma vez eu sinto o meu pecado
Que é contra Ti ó Pai, ó Pai de amor
Minh'alma pede a Tua alegria
Renova em mim o Teu amor, ó Meu Senhor
Meu coração a Ti eu ofereço
Perdão imploro, Meu Senhor e Rei
Faz-me sentir mais uma vez a Graça
Misericórdia assim alcançarei
E eis que em iniquidade fui formado
E em pecado me concebeu a minha mãe
Mas o Senhor me deixou consumado
Me deu a paz, me concedeu perdão.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Porque eu gosto do silêncio


Gosto do silêncio porque ele me ouve

Ele permite que eu ouça minha voz interior

E aprenda coisas novas sobre mim

Gosto do silêncio porque ele não julga meus erros

Porque ele espera pacientemente  ao meu lado, enquanto minhas lágrimas secam

Gosto do silêncio porque ele traz tranquilidade

Faz calar os ruídos incessantes do mundo

E me banha de paz

Gosto do silêncio porque ele é sábio conselheiro

Não é apressado e não tem a urgência do mundo moderno

Gosto do silêncio porque ele sorri para mim

E diz que posso ser uma pessoa melhor,

Apesar de todos os ruídos de minha alma

O silêncio é a voz eloquente do inexpressível.

"O Silêncio é um amigo que nunca trai", disse Confúcio.

Blaise Pascoal conclui que "Toda infelicidade do homem vem de não saber ficar quieto em um recinto."

Silêncio! Ouça o Silêncio! 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Foco no positivo


Quando eu estava no terceiro ano do curso de Teologia tive uma professora que marcou imensamente minha vida. Como tantas outras pessoas, eu também vivia em um círculo vicioso de críticas e maledicências. A professora Adriana foi a primeira pessoa que conheci que havia feito uma escolha de olhar apenas o lado positivo das pessoas e das circunstâncias. Alguns de meus colegas a achavam tola, mas eu sempre a admirei demais. Eu via muitos defeitos em meus colegas e sempre comentava sobre eles. Ela não fazia isso, ao contrário, ela fixava seus olhos nas qualidades de todos nós e sempre falava sobre elas. O que interessava à minha professora era o que tínhamos de melhor, eram nossos pontos fortes, nossos predicados. Aos olhos dela, nossos defeitos eram meros detalhes insignificantes, que não atrapalhavam em nada o relacionamento que tinha conosco.
Em conversas privadas que tivemos, eu mencionava alguns de meus defeitos, mas para cada um deles, ela tinha uma qualidade para ressaltar. As palavras dela eram sempre de afirmação, de motivação, de elogios. Certa feita, ao devolver-nos um trabalho, ela comentou com um colega – que, por sinal, não gostava nada de estudar - sobre o trabalho dele: “Fulano, seu resumo ficou fantástico! Você escreveu muito bem, seu texto está muito bem elaborado. Você não falou nada sobre o tema que eu havia pedido, mas o que você fez, fez muito bem!”
Fiquei estarrecida. No lugar dela, eu teria enfatizado o erro dele, por ter fugido do tema e não ter feito o que foi pedido. Mas, como sempre fazia, ela focou no lado positivo. As lições que ela deixou gravadas em minha alma são eternas. Ela era uma pessoa simples, muito inteligente, muito bem relacionada e muito, muito feliz. Até hoje penso nela como um modelo a seguir.
Acho que se todos nós conseguimos agir como minha professora, o mundo seria, sem sombra de dúvidas, um lugar melhor para se viver. 

Mãe antinatural - por Michelle Dugan Hunt

As pessoas dizem que ser mãe é natural, é instintivo, intuitivo, é como uma segunda natureza. Ultimamente, tenho me perguntando se isso é verdade ou não.
Para começar, durante a gravidez, muitas mulheres - inclusive eu – sentem-se péssimas, especialmente no início, a náusea, o vômito (felizmente, eu nunca tive vômito, mas a minha cunhada, vomitou como se fosse a última tendência da moda, o tempo todo e em todos os lugares), para não mencionar todas as excursões desgastante que nossas emoções tomam. Mais tarde, a barriga fica grande e, estranhamente, a mais simples das tarefas torna-se quase insuperável, como pegar uma meia no chão, ou pegar as chaves do carro que você deixou cair. Esqueça de você mesma fazer seu pedicure.
Uma pessoa pode ser intelectualmente honesta e ainda afirmar que ter um ser humano crescendo dentro de você e que depois de alguns meses sairá de uma pequena abertura, é natural? Realmente não parece natural. E então o bebê vem e antes que você consiga pensar você já é uma mãe. O que segue então são muitas noites sem dormir, fraldas e mais fraldas, ser um depósito de alimentação humana, como diria o meu marido. Algumas noites atrás eu fiquei acordada com meu bebê duas horas e meia. Alguém pode me dizer o que há de tão natural nisso? Desistir dos meus próprios planos e desejos não me parece ser minha segunda natureza, se quer saber. Sem falar que quando tenho algo pra fazer e meu bebê está gritando, não sinto qualquer tipo de intuição flutuando em meu ser, me dizendo o que deve ser feito, ao invés disso, geralmente tento adivinhar o que fazer e acabo por me sentir terrivelmente constrangida. Ser mãe geralmente me faz sentir exatamente o oposto do meu primeiro instinto.
Dito isto, o engraçado é que desde que me tornei mãe, eu realmente não tenho me chocado muito com a quantidade de trabalho que está envolvido. Eu trabalhava em uma creche e observava a vida daqueles que me cercavam, o suficiente para ter uma ideia da quantidade de trabalho que dá. Meu dilema é mais do que a chamada capacidade inata para cuidar de meu bebê perfeitamente. Olhando para trás, acho que pensei que o meu profundo amor por o meu bebê iria me permitir e me dar sempre a vontade de fazer o trabalho. Parece ser natural, certo? Talvez eu tenha esta noção por causa da minha querida mãe. Definitivamente ela fez parecer fácil. Eu não lembro dela levantando sua voz pra mim, nunca a ouvi reclamar de nada, de verdade. Se eu tivesse sido capaz de falar sobre isso antes de me tornar mãe, certamente alguém que já foi mãe teria me agarrado pelo pescoço e jogado cubos de gelo na minha cara ou algo para me arrancar deste mundo de fantasia, incluindo a minha própria mãe (OK, ela teria feito algo de bom, ela é sempre boa). Eu sei que não devemos ficar surpreendidos com a minha humanidade patética e egoísta, isso é patético em si mesmo. Então é isso, minha ingenuidade está em colapso diante de mim, enquanto eu tento lidar com essa coisa de ser mãe.
Não é diferente da ideia e, mais importante, da realidade da graça. Na minha auto-confiança e meu senso de justiça de uma adolescente e jovem de vinte anos, eu falava sobre a maravilha que é ter a certeza de que tudo que acontece em nossa vida, a graça de Deus vem junto. Eu dizia isso para todas as pessoas que se preocupavam com seu futuro. Isso pode parecer teologia. No entanto, quando eu tive de passar por longos sete anos de diárias dores de cabeça, a graça me parecia mais uma piada. Gostaria de dizer isso a Deus. Eu não senti nenhuma força sobrenatural que me ajudava a passar por estes dias. Parecia que era uma Michelle tentando acordar todas as manhãs e tendo que descobrir uma maneira de sair da cama e enfrentar mais um dia de dor, sozinha. Era somente um grande esforço e muito trabalho. No entanto, agora que olho para trás vejo que a graça realmente estava lá, tecendo-se através de minha dor, em silêncio. O fato de eu sair da cama (quase todas as manhãs) e fazer as tarefas que me vinham à mão para fazer, é a prova de que a graça estava lá.
Talvez seja isso que as pessoas querem dizer quando dizem que ser mãe é como uma segunda natureza. É porque nós acabamos fazendo tudo - fraldas cheirosas e gritos de bebê - todos os dias. No entanto, eu não sabia que eu poderia amar uma pessoa tanto quanto eu amo meu bebê. Eu não amo naturalmente outra pessoa assim. No momento em que eu olhei para ela que eu a amei profundamente. Antes que ela sequer olhar para mim, ou sorriu e abraçar-me, eu simplesmente a amei. Meu coração se encheu com tanto amor que bateu contra as paredes do meu peito, implorando por mais espaço. Isso até doeu. É uma coisa estranha, realmente. Normalmente, nós amamos as pessoas porque elas nos dão algo em troca, como, amizade, admiração, perdão, o seu tempo; as pessoas nos amam de volta, com sua capacidade e profundidade. No entanto, com o meu bebê, eu a amo mesmo nos momentos em que me sinto frustrada ou cansada. Ela não tem que me dar nada em troca, eu simplesmente a amo. Eu acho que todas as mães se sentem assim. Talvez seja isso que faz uma mãe ser tão antinatural, a beleza natural.

Gratidão



Acostumada a levantar às segundas feiras com um mau humor já quase habitual, fiz hoje um exercício diferente. Parei para pensar sobre o que tem acontecido em minha vida. Percebi que há muito mais para ser grata do que para reclamar. Há quatro anos eu ainda chorava de solidão, pagava aluguel de uma kit net e reclamava de tudo. Hoje estou casada, tenho um filho maravilindo de 2 anos, um marido extremamente zeloso e amoroso, um apartamento mobiliado e novinho, um carro zero, um novo emprego e ótimas perspectivas para 2013.
Se eu tivesse apenas meu lindo marido e meu  espetacular filho, eu já seria a pessoa mais completa do mundo. O sorriso e a alegria do meu filho inflam meu coração de tal maneira que há momentos que penso que vou explodir de felicidade. Saber que não preciso me preocupar  com sua saúde e nem sair de madrugada, correndo para o médico, me dá uma tranquilidade sem precedentes. Perceber meu esposo, sempre presente, brincando alegremente com nosso filho, vê-lo preocupado com nosso bem estar, sua dedicação contínua e incansável ao trabalho, a fim de melhorar nossa vida... tantos detalhes que preenchem meus dias de alegria, que fazem a gratidão transbordar em meu coração e a felicidade invadir-me de uma forma tão plena que as vezes dói!
Além de tudo isso, tenho tantas experiências de vida! Já percorri tantos lugares – no Brasil e fora dele – já morei em tantas cidades, já convivi com tantas pessoas, e aprendi tanto, mas tanto, que nem consigo expressar! Sim, sou mais feliz hoje por tudo que vivi e aprendi. Experiências positivas e negativas, pessoas bem intencionadas e outras nem tanto, mas todas elas me moldaram. Reconheço que não seria quem sou se não tivesse vivido o que vivi. Em todos os momentos e experiências contei sempre com a misericórdia e ajuda plena de meu Senhor Jesus. É evidente que se não fosse pela intervenção dEle, eu não estaria aqui agora. Tudo o que sou hoje e se tenho alguma coisa, devo exclusivamente a Ele, por me amar tanto, mesmo sem eu merecer.
Portanto, preciso reafirmar que reconhecer as bênçãos e ser grato pelos presentes diários nos torna mais felizes.  O mau humor da segunda feira foi esmagado completamente pela gratidão. 

Pessoas Medíocres e Pessoas Felizes




Sinto uma grande tristeza ao perceber quanta gente infeliz há no mundo. Tantas pessoas reclamando por tudo, tantas outras criticando todo mundo, gastando energia e tempo em falar mal de fulano e ciclano. A falta de amor entre as pessoas é gritante, e pior: elas não querem amar a todos, sem distinção. Há um esforço muito grande para rechaçar o semelhante, para criticar e fomentar briguinhas tolas. A meu ver, tais atitudes são características dos medíocres. Pessoas bem resolvidas, felizes, que percebem as maravilhas pelas quais estão cercadas, não têm tempo para falar mal dos outros, para reclamar de qualquer coisa.
E daí que fulano falou mal de você? Que importância tem se o beltrano virou o rosto ou inventou algo a seu respeito? Desabroche seu mais lindo sorriso, ofereça-o ao fulano e ao beltrano e siga em frente! O que os outros pensam ou falam a teu respeito é problema deles! A cada um de nós, cabe-nos apenas a nossa parte: fazer o bem, olhar com complacência, oferecer o perdão, dever o amor. Como os outros irão reagir é algo que foge da esfera de nossa responsabilidade. No entanto, sempre é bom pararmos para uma autorreflexão. As vezes, o que os outros dizem a nosso respeito, é reflexo do que estamos transmitindo sem perceber.
Outro dia alguém disse que eu não tenho senso de humor. Minha primeira reação foi deixar para lá e acusar o fulano de ser infeliz, pois mal me conhecia. Mas resolvi pensar a respeito. Refleti sobre como eu reajo, quais são minhas atitudes frente a este ou aquele acontecimento, tentei olhar para mim com outros olhos e captar meu humor. Pedi ajuda de meu esposo nesta tarefa. Fiquei satisfeita com o resultado. Percebi que, enfim, não sou uma má humorada crônica. Sou uma pessoa séria e levo a sério muitos assuntos, mas tenho bom humor sim. Sou capaz de rir de mim mesma e de piadas que não ferem a dignidade de outro ser humano.  Tenho bom humor porque consigo ver beleza nas coisas simples e nos gestos sinceros, tenho bom humor porque consigo amar apesar dos espinhos. Em vez de ficar com raiva do fulano que me criticou, fiquei grata porque ele me proporcionou uma oportunidade de reflexão sobre mim mesma e, assim, aumentei meu autoconhecimento.
Conclamo a você, que está aqui, lendo este pequeno desabafo agora: vamos deixar a mediocridade para trás? Vamos gastar nossa energia com as coisas boas, com o lado bom das pessoas? Vamos deixar a gratidão invadir nossa alma a tal ponto que não sobre espaço para mais nada? Quando aprendermos a olhar o lado positivo de tudo, em detrimento do negativo e dos defeitos das pessoas, então seremos felizes de fato.
Vamos ser mais felizes aprendendo a perdoar e a ter gratidão?

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

E viva as mudanças!


É quando precisamos mudar de casa que percebemos a quantidade  de tralha que juntamos ao longo do tempo. Eu já passei por esta experiência várias vezes. Não digo “várias” por se tratar de algumas vezes, mas de inúmeras. Não só mudei de casa, mas de cidade e de estado por mais de uma vez. Já morei em duas cidades do Rio Grande do Sul, em duas no Paraná, em duas em São Paulo e no Distrito Federal.  A cada mudança eu percebia que o número de caixas com meus pertences aumentava.
Há algumas coisas que acumulamos pelas quais nutrimos sentimentos de apego e livrar-se de papéis velhos pode tornar-se motivo de crise interna.  Sempre gostei de escrever e por conta desta paixão acumulei algumas caixas apenas com diários. Nunca tive  coragem de descartá-los pois pensava que eles eram parte da minha vida e tudo que fiz ao longo dos anos foi aumentar o número de cadernos dentro das caixas. A cada mudança que eu fazia lá iam junto os diários, como testemunhas de minha vida pregressa.
Esta é a primeira vez que eu mudo de casa e tenho móveis totalmente novos. Enfim estou mudando para uma casa “nova” de verdade, com tudo novo dentro. Ao desencaixotar meus pertences cheguei às caixas dos diários e imediatamente uma dúvida surgiu: não é hora de se desfazer disso? Pensando sobre o assunto e tomando coragem para me desfazer do passado que ali estava grafado, enfim percebi que minha vida mudou muito. Ao reler algumas páginas de alguns daqueles diários senti que lia sobre a história de outra pessoa. Era a história de uma menina insegura, que saiu cedo da casa dos pais, que fez escolhas erradas, que sentia-se sozinha e assustada e que buscava desesperadamente ser amada e aceita.
Definitivamente não era mais eu. Era a história do meu passado, a quem eu estava agarrada. Subitamente, não vi mais razão para guardar tantas memórias escritas de algo que me fez sofrer. Olhei ao redor e vi minha casa nova, percebi minha nova vida e, enfim, foi fácil desfazer-se dos diários.
Há alguns sentimentos, por vezes indefinidos, que nos amarram ao passado com a força de correntes. Não é necessário regar o passado para se ter um presente feliz. Mas é preciso soltar o passado para que tenhamos um futuro valioso. Agora entendo que jogar os diários fora não é sinônimo de desvalorizar meu passado. Se hoje sou alguém a quem amo é porque vivi tudo o que vivi. Não menosprezo o passado, apenas deixei de cultivá-lo como necessário para o meu presente. 
Nada como uma casa nova para nos mostrar que podemos ser pessoas novas a cada dia. Basta querer.  Ou como diz o livro Sagrado: “Basta a cada dia o seu mal”. Não é necessário cultivar os males do passado. Eles devem ficar lá, no lugar deles, onde não moramos mais. Afinal, a vida é feita de mudanças. Graças a Deus!

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Arco Íris


O arco íris rasgou as águas do rio e avançou rumo ao cume da montanha. De lá, impulsionou-se em direção ao céu, o mais alto que pode, e então começou sua curva colorida, descendo em direção ao mar, bem acima das montanhas. Depois, em um majestoso mergulho, desapareceu nas salgadas águas. 

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Espetáculos


Hoje eu percebi que perdemos alguns espetáculos da vida por pura preguiça de observar. Não tenho o costume de acordar cedo. É pela manhã que sinto estar no melhor do meu sono, já que demoro muito a dormir quando me deito. Entretanto, ao me olhar no espelho ultimamente, comecei a perceber que precisava fazer algo. Estou crescendo em um ritmo tão acelerado quanto o meu filho de 2 anos. A diferença entre nós é que meu crescimento não é para cima. Sendo assim, o melhor momento que encontrei para exercitar-me é pela manhã, quando meu marido tem disponibilidade de tempo para estar com nosso bebê.
Por isso, hoje, pela segunda manhã consecutiva, levantei-me antes das 7:00 e rumei à praia para caminhar. Ontem eu estava muito bem disposta, era o primeiro dia e até consegui dar três piques e correr. Mas hoje, apesar de ter acordado com um pouco mais de facilidade, foi mais difícil correr, de modo que fui caminhando, no ritmo mais acelerado possível.
Andei de encontro ao sol, que nascia. E eis ali, atrás da linha do horizonte, o maior e mais belo espetáculo diário da natureza. Sou incapaz de descrever aquela beleza. Neste momento posso apenas recordar as sensações que me tomaram ao contemplar aquela beleza de raios esparramando-se por todo o mar e céu. Assisti àquilo tudo boquiaberta, pensando que todas as manhãs acontece a mesma coisa, o espetáculo está sempre ali, sendo apresentado para quem quiser ver. Eu é que preferia ficar em casa dormindo.
Apercebi-me então, que há outros espetáculos e maravilhas dos quais nós nos privamos por causa de nossos “mimimis”, nossos resmungos, nossos problemas. É tão fácil – e mais prático – viver ensimesmado, rodeado por futilidades. Por que não deixamos de lado nossas frustrações e decidimos apreciar as belezas que o Criador disponibilizou a nós?
Os espetáculos acontecem o tempo todo à nossa volta. Cabe a nós observarmos. Cabe a nós usarmos as lentes corretas para enxergar a beleza e apreciá-la. Não há nada mais grandioso do que as maravilhas do Criador.

domingo, 22 de julho de 2012

Por Falar em Amor...


O que falar sobre o amor sem cair na vala comum?
Falar de amor parece ser o tema mais fácil, que qualquer um pode discorrer. Afinal, cada qual tem seu sentimento único sobre o qual pode teorizar.
Mas ultimamente vem amadurecendo em mim a ideia do amor que não é mero sentimentalismo. Todos falam sobre sentir amor, fazer amor é entrelaçar os corpos.
Não é só isso. Não pode ser. Se for, é pouco. Entendo amor como algo que vai muito além desta mesmice que é descrita há séculos. Amor é aquilo que nos faz continuar ao lado da pessoa mesmo quando sentimento se esvai. Amor é aquilo que te faz perdoar o outro mesmo quando você está certa e o outro está errado. Amor é aquilo que te move a erguer os braços e ajudar aquele que nada tem para te dar em troca. Amor é aquilo que te faz enfrentar o medo e estender a mão ao mendigo deitado na calçada. Amor é aquilo que desperta em você o desejo do autosacrifício em benefício do outro.
Ter determinados sentimentos bons em relação ao outro não é amor. O amor leva à ação. O amor não é dado como recompensa porque o outro foi bonzinho ou porque ele nos faz feliz. O que damos em troca por merecimento é gratidão. O amor não demanda merecimento. Ele é incondicional e imerecido.
Quando ainda não me havia sido revelado tal amor, cheguei a dizer sobre alguém: “fulano não é amável”. Eu achava que ele não era digno de meu amor. Mas hoje sei que ninguém o é. Nem mesmo eu sou digna de ser amada. Não porque sou uma pessoa má. Até que sou bem legalzinha, sem falsa modéstia. Mas isso não me dá o direito de ser amada por ninguém.
Mas há algumas pessoas que estão ao meu lado, que me ajudam, que estendem a mão, que fazem questão de demonstrar boas maneiras para comigo, mesmo conhecendo meus pontos fracos e meus defeitos. O que faz estas pessoas quererem continuar ao meu lado mesmo conhecendo meu lado feio? O amor.
A partir disso eu percebo que tenho amado pouco. Tem sido fácil amar meu marido e filho porque além de eu querer amá-los, eles são maravilhosos para mim. Mas eu tenho amado pouco aqueles que nada me oferecem. Nos termos descritos acima, chego à conclusão que não tenho amado ninguém. 
Amor não é sentimento, é decisão. Decidir amar alguém nos leva à ação. Amor sem ação não é amor. É sentimentalismo barato. Falar de amor é fácil. Demonstrar amor em atos é outra história.
A bíblia diz que Deus amou o homem. E o que Ele fez a seguir? Resgatou-o da vida de escravidão do pecado no qual o homem vivia. Em Jesus, Deus morreu para libertar aqueles à quem Ele amou.
É somente em Jesus que podemos viver um amor altruísta, um amor de atitudes e não de meras palavras. Eu preciso e quero amar mais. E você? 

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Menino-Homem

Experimento uma nova sensação de encantamento. Li alguns textos em um  blog de alguém que até alguns minutos atrás ainda era um menino suado e traquina em minha memória. Textos poéticos, sensíveis, palavras que apreendem a sutileza da vida e que poucos conseguem captar com tanta beleza e expressividade. 
Surpreendo-me porque aquele menino suado e tímido não prometia, pelo menos aos meus olhos quase longínquos que o observavam, tanto talento e sensibilidade. Os textos que agora leio são de um jovem maduro, um homem profundamente apaixonado por seu Criador, que dialoga com o Pai e consegue captar Sua graça no mesmo espelho que percebe a insignificância humana. Textos otimistas, cheios de lírica e grandeza. 
Sinto um orgulho violento ao lembrar do menino e ver o homem que hoje é. Chego a pensar: "que meu filho seja assim também". Então penso em sua mãe, em seu pai, que foi meu professor, e posso entender o que talvez estejam sentindo pelo filho. Que sensação inexplicável é essa de se ver um menino transformar-se em tão lindo homem? 
Quem ler seus posts no blog certamente irá gostar, sentirá o gosto da beleza literária e da sensibilidade humana. Mas só quem o conheceu quando menino poderá sentir o que sinto agora e mal consigo expressar. Mais uma vez encontro-me na estrada do sentimento inexpressível. 
Só tenho uma coisa a dizer ao menino que vive em minhas lembranças: Rafinha, sou sua fã! 
Se você quiser conhecer seus textos, não se arrependerá: http://rafaeldoamaral.blogspot.com.br/

segunda-feira, 5 de março de 2012

O inimaginável pode virar Felicidade

Até pouco tempo atrás eu não imaginava ter filhos. Depois passei a desejá-los e hoje que tenho meu primeiro filho não consigo mais imaginar minha vida sem ele. O que antes era inimaginável agora é sinônimo de felicidade.
Ter uma família e viver em paz com ela preenche totalmente nosso coração. Ontem estávamos reunidos, nós três, nossa família, brincando de roda. Cantamos, brincamos, rolamos no chão, gargalhamos, nossos olhos - meu e de meu esposo - encheram-se de lágrimas felizes somente por contemplar a alegria estampada no semblante de nosso filho. Uma brincadeira tão simples, tão antiga, mas que nos trouxe tanta felicidade!!!
Como é bom ter filhos! como é bom ter um marido amoroso! como é bom ter uma família em sintonia!! Foram momentos breves que agora são eternos, em minha memória, em meu coração.
O inimaginável agora é felicidade!!!
Obrigada, Doador da Vida, por ser tão Bondoso comigo e com minha família!! AMO DEMAIS!!!!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Fracasso e Sucesso

27 de fevereiro de 2012 – 2ª feira.

A primeira notícia que li hoje foi sobre o assassinato de Dom Robinson Cavalcanti e sua esposa Miriam, ocorrido ontem pelo próprio filho, usuário de drogas. O jovem de 29 anos chegou ao Brasil há 15 dias, veio deportado dos Estados Unidos, onde vivia desde os 16 anos, por envolvimento em crimes e drogas. É chocante ler tais notícias. Especialmente quando ocorrem entre gente da gente. Não tive a honra de conhecer Dom Robinson pessoalmente, mas li vários de seus trabalhos e estudei seus livros. Era um expoente no meio evangélico. Trabalhava no meio social, político, religioso, sempre com muita ética e responsabilidade.

Os cristãos estão chocados com a brutalidade da morte do casal e acabamos nos perguntando: por que assim? Sabemos que para o cristão a morte é lucro, mas de uma forma tão trágica?

Lembrei-me de alguns personagens bíblicos que tiveram problemas com seus filhos. Dois, em especial, saltaram à minha mente: Davi e Samuel. Um rei segundo o coração de Deus e e um profeta destemido. Ambos fracassaram como pais. Ambos viram a tragédia em seu lar por causa do mal comportamento dos filhos. Ambos viram os filhos morrerem tragicamente. Os ministros de Deus não estão imunes ao fracasso doméstico e às tragédias.

Não sei a história de Robinson Cavalcanti, sei apenas que o filho assassino era adotado, foi morar longe da família ainda adolescente e quando voltou, totalmente drogado, em meio a uma discussão, assassinou pai e mãe. Não ouso, nem de longe, julgar a família. Quem sou eu? “Menos que o verme do cocô do cavalo”, como gostava de definir o professor Ariovaldo Ramos. Não tenho pretensão alguma de fazer julgamentos sobre a vida familiar do Reverendo. O episódio apenas me fez refletir sobre o sucesso e o fracasso na família e no ministério.

Não são poucas as pessoas com as quais convivi e que ainda têm um minstério próspero, profícuo e muito bonito, mas não têm tempo para os filhos, não tem intimidade com a esposa/marido. O ministério toma todo o tempo que poderia ser dividido com a família. Parece-me que foi mais ou menos assim com Davi e Samuel. Homens de Deus que fracassaram como pais. Todos estamos sujeitos a este erro.

O ministério é lindo, as pessoas precisam de nós, temos uma necessidade de nos doar, de ajudar, de fazer mais pelo Reino. Não há nada de errado nisso, pelo contrário, é digno e necessário. Mas se o ministério toma todo nosso tempo e forças, a ponto de negligenciarmos a família, então fracassamos.

A igreja não é mais importante que os filhos que Deus nos deu. O ministério não é mais importante do que a esposa/marido que temos. Nosso primeiro ministério é em casa, com nossa família. Se assim não for, muito sofrimento, dor e angústia nos aguardará em casa. Que o digam Davi e Samuel.....

Oro para que Deus conforte o coração de todos os cristãos sinceros, que sofrem com a perda de amados, com as tragédias domiciliares e que o Espírito Santo seja nosso Bálsamo e Guia, todos os dias.

Amém.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012


Lembranças do dia D

Há 4 anos atrás eu entrava na igreja – como fazia todos os domingos pela manhã – chorando e desanimada. Em meu íntimo havia um turbilhão de emoções contraditórias. Desistindo de um relacionamento fracassado, almejando encontrar um companheiro para todas as horas e tendo que desistir de um pretendente porque ele não amava a Cristo. A princípio pode parecer uma decisão fácil de se tomar quando se ama a Jesus, mas quando se está sozinha há tanto tempo, almejando ser amada, acredite, não é uma decisão fácil. Foi com esse conflito que adentrei à igreja naquele domingo ensolarado 12 de janeiro de 2008. Por ser a igreja do Nazareno de Campinas muito grande, as pessoas costumam sentar sempre nos mesmos lugares, com seus grupos de interesse. Mas eu não queria que ninguém visse minhas lágrimas naquela manhã. Fui sentar-me do lado oposto, onde ninguém me conheceria. E foi lá que presente de Deus estava assentado. Eu o vi assim que escolhi um lugar para sentar. Ele estava assentado logo atrás de mim. Mas sem querer muita conversa naquele momento, exceto com Deus, ajoelhei-me e derramei minha alma aos pés do Pai Celeste. Disse-lhe que estava cansada, triste, sedenta para ser amada e amar. Mas que antes de amar um homem, eu O amava, e queria obededecer-lhe e por isso abriria mão daquele relacionamente antes mesmo que começasse. Mas, petulante, pedi uma prova de que Papai não havia esquecido-se de mim, que Ele tinha um bom homem para ser meu marido, e que valeria a pena eu esperar.

O culto começou, levantei-me para acompanhar os louvores. “Vire-se para o irmão ao seu lado e dê bom dia, a paz do Senhor!”, disse o ministro de louvor. Era a minha chance. Cumprimentei os que ao meu lado estavam e depois virei-me para trás, para cumprimentar aquele moço bonito, alto, moreno, careca, com óculos e cara de intelectual. Ele segurou minha mão estendida com suas duas mãos, olhou bem dentro de meus olhos e respondeu ao meu: “Deus te abençoe” com um sonoro: “A nós, a nós”. Não sei se foram as palavras, ou o olhar, mas naquele exato instante algo imprimiu-se em minha alma e eu soube que ele seria mais que um desconhecido. Ao término do culto ambos fizemos de tudo para inciar uma conversa e eu usei meu emprego como enredo e desculpa para deixar um telefone, pois ele dissera se interessar muito pelo ramo em que eu atuava. Pois bem, ao término da pequena conversa, já na calçada, apresentações feitas, contato em mãos, atravessei a rua para comprar meu almoço dominical na padaria em frente a igreja (torta de frango) e pensei: “Senhor, tu me deste o sinal que te pedi. Obrigada por teu cuidado e amor. Mesmo que esse moço nunca me ligue e eu nunca mais o veja, eu entendi seu recado: o Senhor tem alguém especial para mim, vai valer a pena eu esperar”.

Segui para casa com minha tortinha de frango e um alívio que há muito não sentia. Eu era amada por meu Papai. Eu lhe dissera que queria amá-lo mais do que amaria um homem, e Ele imiediatamente mostrou seu amor por mim. Voltei para o culto da noite e sentei-me no mesmo lugar da manhã, para tentar reencontrá-lo, mas ele não estava lá. Paciência. Deus tem o melhor para mim.

Após o culto fui para casa, o que não era muito comum nesta época, pois era o momento que a turma se reunia para lanchar em algum lugar. Não fui. Precisava de silêncio. E então, quase 22h00 chega uma mensagem no celular. Era ele. Dizia: “foi um prazer te conhecer. Você alegrou meu coração.” Nossa! Foi direto no coração! Respondi a mensagem dizendo que fora ao culto da noite e não o encontrara. Esperei por nova mensagem, mas veio o telefonema. Conversamos por algum tempo, suficiente para marcar encontro para o outro dia, plena segunda feira 13 de janeiro de 2008.

O passeio foi na Lagoa do Taquaral, onde as palavras principais, que fizeram o relacionamento acontecer foram: “Não estou aqui para ser apenas seu amigo. Procuro alguém para me ajudar a lançar os alicerces de minha vida. Você aceita vir comigo à esta construção?” Respondi, como boa e velha crente: “podemos orar a este respeito”, imaginando que passaríamos alguns dias em oração. Mas ele respondeu: “Claro” e pegando minhas mãos, segurou-as com as suas e orou ali mesmo, no meio do parque, pedindo a benção de Deus sobre nosso relacionamento. Terminada a oração, pegou meu rosto com suas duas mãos e me beijou. Simples assim.

E lá se foram 4 anos desde então. Já vivemos tantas aventuras juntos que parece ser muito mais do que 4 anos. Antagonicamente, parece que estes fatos acima narrados acabaram de acontecer. Não temos vivido apenas de sorrisos e amores. Temos passado por momentos difíceis também, mas não há nada que não seja superado quando há amor, compreensão e altruísmo. Não vivo para ser feliz com ele e nem para fazê-lo feliz. Procuro ser feliz com meu Salvador e partilhar desta felicidade com meu companheiro. Não coloco nos ombros dele – e nem ele nos meus – a responsabilidade pela felicidade. Ser feliz é uma questão de relacionamento espiritual com Deus e, portanto, individual. Mas buscamos satisfazer primeiro o outro e depois nós mesmos, deixando o egoísmo de lado. Tem dado muito certo. Nem sempre é fácil, muitas vezes pensar no outro antes de si mesmo exige muita força de vontade e disciplina. Mas nenhuma vez que abri mão de mim mesma fiquei sem ser recompensada.

Além de nosso relacionamento abençoado e alegre, Deus presentou-nos com um filho que é maravilhoso! Nossos sorrisos se multiplicam cada vez que olhamos para ele e vemos o amor de Deus por nós em nos presentear com tão grande tesouro! Somos uma família que se ama, e isso é tudo que pedimos a Deus naquele fim de tarde de 13 de janeiro de 2008!

Louvado seja Deus, por estes 4 anos de união, por nosso filho lindo e por nossa família abençoada!!! Que venham muitos outros múltiplos de quatro pela frente! Soli Deo Glori.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

16 meses


Hoje meu bebezinho completa 16 meses - 1 ano e 4 meses - dá pra acreditar??? Eu mal consigo ver aquele bebezinho indefeso e pequenino que segurei em meus braços nos primeiros dias após o parto. Agora tenho um garotão grande, inteligente, esperto, cheio de alegria, energia, que adora abraçar outras crianças, beijar o papai e a mamãe, brincar com os cãezinhos, gatinhos e passarinhos na rua, que enfrenta o mar sem medo, que larga minha mão na areia e corre de encontro as ondas, que dá gritinhos de prazer quando chegamos na piscina para as aulas de natação, que quando enxerga uma bola grita: "caze!", que quando ouve uma música levanta os bracinhos e começa a dançar, que quando chega na igreja faz pose de adoração e ao ouvir a palavra 'orar' junta as mãos e abaixa a cabeça, que quando quer fazer bagunça comigo segura meu rosto com as duas mãozinhas, que quando quer gargalhar dá gritinhos guturrais, que ama assistir os dvds de música e dançar junto batendo os pezinhos no chão. É um mundo novo, de descobertas diárias, para ele e para mim. Sinto saudades daquele bebezinho, mas não troco meu menino de agora, que só é assim hoje, pois amanhã terá um novo dia de novas descobertas que irão mudar quem ele é hoje, que o tornarão no indivíduo independente de amanhã. Tento curtir cada instante deste crescimento vertiginoso, pois são únicos, embora, as vezes, a correria do dia-a-dia nos engula e nos faça esquecer de tal verdade. Aos 30 dias de vida dele ouvi seu pediatra dizendo: "mãe, é absurdo o crescimento desse bebê! geralmente leva de 3 a 4 meses para dobrar o peso, seu bebê dobrou em 30 dias!". O crescimento dele continua assim, acelerado, junto com sua esperteza, inteligência e saúde. Em 16 meses de vida teve 2 resfriados e uma anemia. Nada além disso. Exceto pelas cólicas dos 3 primeiros meses, mas isso é normal, não é doença. Peço a Deus que essa saúde invejável permaneça ao longo de sua vida.
Encerro esse 11 de janeiro de 2012 com uma prece de gratidão e louvor ao meu Redentor, que tem sido tão bom para comigo, me dando um filho fantástico, um marido maravilhoso, uma família linda! Obrigada, Senhor Jesus, por tantos presentes não merecidos!

Errar é materno - TExto de Kalu em mamíferas.com

Errar é materno

Tantas e tantas vezes tentei acertar. Assim como você, errei em muitas outras. A grande verdade é que erros e acertos dependem do ponto de vista.

A gente não sabe identificar um choro, nem prever uma doença, muito menos saber que aquele criado mudo poderia causar um ferimento no queixo. Com o passar do tempo (ou nos filhos subsequentes) a gente percebe que os filhos não vão morrer tão facilmente como nossa mente materna costuma imaginar. Que a gente pode poupar nossos filhos de muitas experiências ruins, mas não de todas. Quando escolhemos por um parto humanizado queremos, principalmente, que nossos filhos não passem pelas primeiras experiências dolorosas e desnecessárias.

Podemos impedir tantas coisas, mas outras tantas não poderemos. E é nos erros que colocamos nossas virtudes (e as deles) em exercício. Inevitavelmente nos culpamos em nossa mente materna e megalomaníaca que pensa que podemos ser o grande amortecimento das ações do mundo em nossos filhotes. Mas não podemos. Somos pequenas poeiras celestes a voar ao lado de outras poeiras.

Entender nosso tropeços, erros e os dele como parte do processo é um grande aprendizado. Errar também é materno. Talvez a característica mais mamífera de todas.

Quando deixamos a poeira da culpa decantar podemos ver a magia do imponderável. Não podemos evitar as doenças, nem que tranquemos os pequenos em bolhas. E na proteção e liberdade na medida, aprendemos a vê-los vitais e enfermos, assim como nós. Nos nossos erros acolhemos os deles. Nos tornamos iguais, apenas em tempos e funções diferentes.

No ritmos que orquestramos para os dias podemos perceber as melodias que facilitam o fortalecimento ou aquelas que prejudicam. Na medida do possível ajustamos o tom para uma melhor harmonia.

As falhas (nem qualidades) são moedas de competição de melhor mãe do mundo. Doenças não são frutos dos nossos erros. Tombos não são falta de atenção, descontroles nossos também são humanos.

E a medida que olhamos de frente as nossas sombras, descobrimos que somos humanas. Erramos muito na tentativa de acertar. E nessa humanidade do erro ensinamos nossos filhos a aprender com as falhas sem jogá-las para debaixo do tapete.

As vezes a gente tem aquela sensação de que só nossos filhos não comem, não dormem, são birrentos e adoecem muito. Talvez nossos filhos sejam reais. Os filhos dos outros (que come de tudo, dorme a noite toda, é educado e nunca adoece) é apenas uma invenção de uma mãe irreal que vê a vida como uma grsnde competição em que ela, escondendo-se da verdade, ganha a armadura de plástico de perfeição. Ou ela tenha terceirizado a maternagem e qlguém depura as sombras para esta criança.

E nesta perfeição, esta mulher deixade aprender, de ouvir, de crescer. Uma grande perda para os filhos, que diante de tamanha perfeição sentirão vergonha diante de suas próprias falhas.

Resgates

Depois de tanto tempo em inatividade, quero me dedicar mais a escrever e publicar aqui. Sinto falta de escrever, mas meus dias têm sido divididos entre afazeres domésticos e maternos. Não reclamo do lado materno, mas confesso que ser uma dona de casa em tempo integral dá muito trabalho e nenhum prazer.
É necessário inteligência emocional e sabedoria para ser mamãe. Não é brincadeira. Há momentos em que me sinto tão perdida, tão sem saber o que fazer que procuro por manuais. Muitas vezes errei com meu filho por seguir manuais ou conselhos de terceiros. Quando engravidei ouvi muita gente dizendo muita coisa, mas guardei no coração o conselho de uma amiga lá de Fortaleza: "Lia, não ouça tudo que as outras mães irão te dizer. Siga teu coração, você é a mãe do seu bebê e ninguém melhor do que você sabe o que é melhor em cada momento". Eu acreditei nisso. Mas, novamente confesso, há muitos momentos que eu não sei não o que fazer, em outros, meu coração me diz uma coisa e a realidade é outra... Nada é fácil na vida, mas ser mãe é uma das tarefas mais recompensadoras que existem. É difícil, gera muitas lágrimas, dores, culpas, remorsos e estresse. Mas vale por cada sorriso, cada beijo, cada olhar, cada novo aprendizado, cada nova conquista. Saber que aquele serzinho gerado dentro de você está se tornando um ser humano independente e um cidadão, não tem preço!
Vale até ser displicente com um blog ....

Tempo, tempo, tempo...