sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Avenida Paulista


Andando pelas ruas
Vejo a realidade dura:
Pessoas vagando sem rumo
Levando uma vida sem prumo.

Como ignorar as faces enrugadas,
Revelando uma alma ressequida?
Pessoas que passam apressadas
Para chegar em algum lugar.
Lugar que desconhecem
Mas que por ele, a alma desfalece.

Estes rostos apressados não tem futuro,
Somente a esperança, o sonho.
Corações sedentos de significado,
Almas famintas de amor.

Mas, de repente,
no meio da multidão,
Eis que surge um homem cego,
Seu destino é o banquinho da esmola
Que o aguarda do outro lado da avenida
Como chegar até lá vivo?
O jovem vendedor de churrasco da esquina,
Tão acostumado com o trabalho duro,
Observa o cego ansioso.
Com temor velado, ele abandona
Seu carrinho de churrasco,
Atravessa a rua e conduz o
Pobre cego até seu banquinho.

Mais à frente, outra cena interessante:
Um velhinho, de cabeça branquinha,
Apoiando-se em sua bengala,
Tenta com muita dificuldade
descer as escadas do metrô,
Com sofreguidão,
ele avança três degraus abaixo.
Apressadas, as pessoas passam por ele,
quase o derrubam...
nem o percebem...
Um jovem bem vestido,
também apressado,
Percebe o sofrimento do pobre senhor,
Corre até ele,
estende-lhe a mão e auxilia-o.
Sorrindo, o velhinho aceita o braço estendido,
E feliz, desce as escadas com menos esforço.

A inevitável pergunta me assalta:
O que há no coração das pessoas?
Por que tantos passam pela vida
Sem notarem seus semelhantes?

Mas nem todos são assim.
ainda existem pessoas
com o coração enternecido pelo bem,
que se importam com o sofrimento alheio,
fazem o que podem para amenizá-lo...

E assim, seguimos andando,
Pouco nos importando,
Se alguém anda ao nosso lado,
Ou se simplesmente caem e
Nem percebemos...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O Vazio